sábado, 19 de fevereiro de 2011

Contos

Vou publicar um conto que escrevi já faz um tempinho e que gosto bastante.

Um corpo caido

Nunca na rua augusta tal tragedia havia acontecido. Todos que lá moravam ficaram surpreendidos com o assassinato da senhora Leopoldina. Ninguém sabia explicar ao certo o que houve, mas todos sabiam que seu corpo fora encontrado aos pedaços em uma lata de lixo; coitadinho de João, era o que diziam as vizinhas e todas as pessoas do bairro.
Uma pessoa apenas se portava como que nada tivesse ocorrido naquele lugar, Batista, o marido da senhora.
Alguns meses já haviam se passado e ainda não sabiam de nada sobre o assassinato. Uma boa parte das pessoas defendiam que o senhor Batista era o autor de tal barbaridade, mas ainda nada tinham contra ele. Talvez isso pelo fato de que ele bebia demais e sempre chegava em casa brigando, gritando e de longe se ouvia louças quebrando e um garoto chorando, mas ninguém fazia nada.
João era um garoto tímido, não falava muito com as crianças de sua idade na escola. Seu olhar era triste, sozinho, profundo e em algumas crianças isso causava medo. Alguns professores tentavam conversar mais com ele, mas o menino era sempre direto em suas respostas. Uma vez, ele, chegou na sala de aula com um roxo no ombro direito, algumas pessoas perguntaram o que seria, mas nunca obtinham respostas esclarecedoras.
Certa vez, Batista, já muito enfurecido pela briga que teve com o dono do bar, chegou em sua casa e logo foi falar com o garoto:
Moleque, você não preparou minha comida?
E como João não havia feito nada para o pai, foi para seu quarto, até que ouviu um barulho se aproximando cada vez mais da porta. Era o pai com uma correia de couro, João logo se assustou ao ver o pai próximo a porta, mas sabia que, como todas as noites anteriores, ele iria apanhar. Tudo isso porque o pai tinha que descontar os problemas em alguém.
Mas essa noite foi diferente, o pai do garoto usou a correia para amarra-lo na cabeceira da cama e assim ele podê violenta-lo. Apenas lagrimas caiam dos olhos da pobre criança e em um momento de ódio, desejou que o pai morresse, pediu a Deus e ao Diabo que o levassem, pois já não via mais o pai como um herói e sim como o tormento eterno.
Na manhã seguinte o garoto foi a escola, como todos os dias, mas dessa vez ele não olhava pra ninguém, apenas para baixo, muito pensativo e perdido no tempo, os professores estranharam, mas não se aproximara dele, pois já sabiam que dali, nenhuma palavra sairia.
João estava pensando em como terminaria com aquele sofrimento, não estava mais querendo aquela vida pra ele e decidiu que iria fujir de casa. No caminho pra sua casa ele encontrou um cachorrinho de rua que estava magro, sozinho, como que se pedisse ajuda com os olhos, o garoto sentiu como que se fosse ele mesmo pedindo ajuda e assim levou o pobre cãozinho pra casa. Chegando em sua casa ele deu o pouco de leite que havia na geladeira e o cachorrinho tomou tudo, até abanou o rabinho. João se sentiu muito feliz naquele momento, pôde até sorrir de leve.
Quando o pai chegou, ele nem se importou e foi para seu quarto e levou o Filé, nome que ele escolheu para o animalzinho. O colocou em uma caixinha de papelão e foi deitar logo, pois assim a noite passaria mais rápido. Como de costume, o pai chegara bêbado e quebrando algumas coisas como louças, já nem eram muitas, logo depois João ouviu o barulho de um corpo caindo, pensou que seu pai havia morrido, assim como pedira na noite anterior. Desceu então para ver, mas se decepcionou, pois o pai havia caido de bêbado e lá ficou.
Mais um dia se passou, mas Batista estava em casa está manhã, quando João desceu com Filé para tomarem o café e ele ir para a escola, lá estava o pai, sujo, com os olhos vermelhos e enfurecido pelo garoto o ter deixado lá. A expressão em sua face ficou pior ao ver o cachorrinho nas mãos do garoto e foi em direção ao animalzinho.
Disse para o filho:
É isso que eu ganho sendo seu pai, te dou carinho e você me troca por esse animal? E pegou Filé das mãos de João. O cachorrinho se assustou e olhou para o garoto que se distanciava. O menino começou a chorar e pediu o cachorro de volta, mas o pai não o fez. Ele pegou uma faca que estava na mesa e esfaqueou o cãozinho.
João não aguentava os gritos do cachorro e foi para cima de seu pai, que, virou e acertou o rosto do garoto e o sangue começou a descer.
Ele vendo que o cão já não estava mais gritando, foi tomado pelo mesmo ódio de antes. O pai estava dando gargalhadas feito um louco e começou a ir pra cima de João. O menino se esquivou e também pegou uma faca que estava na pia. O pai começou a rir e perguntava se o filho tinha coragem de fazer algo, dizia que era tão covarde quanto a mãe, mas o garoto foi pra cima do pai. O acertou no braço, o pai então desferiu mais um golpe contra o garoto, também acertando um dos braços. Foi um corte muito profundo e o sangue não parava de escorrer. E mais uma vez o garoto acertou o pai, Batista disse que seria o fim para o garoto e o acertou mais uma vez, mas dessa vez foi de raspão no rosto.
Ambos estavam machucados pelos cortes, quando trocaram olhares e mais um golpe foi desferido, caindo um corpo no chão e a poça de sangue se fez presente mais uma vez, mas essa seria a última, pois o corpo já estava sem vida.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Arquivo audiovisual...

Aqui está o primeiro vídeo produzido pela banda Huis Clo que faço parte e tenho muito orgulho, sem contar que é umas bandas mais divertidas que eu toco.
A música se chama Delírio Suicídio:

Uma baleia voadora é tudo o que eu
posso ver,
O ar pesado que respiro arde como
se o meu pulmão fosse morrer.
Arraia, cavalo marinho, seres do
abismo, passarinho,
guelras e tentáculos envolvem o meu ser.

Acordo respirando o ar salgado,
levanto-me e olho o retrato,
lá estou eu com o vidro quebrado;
um tiro a queima roupa...
... e junto com o mar eu sou...
Abortado! (oh-Ohooh)
Abortado! (oh-Ohooh)
Abortado! (oh-Ohooh)
Abortado! (oh-Ohooh)
(oh-Ohooh) (oh-Ohooh)
(oh-Ohooh) (oh-Ohooh)
(oh-Ohooh) (oh-Ohooh)
(oh-Ohooh) (oh-Ohooh)

Todos da banda estão de parabéns e futuros vídeos virão!









Abraço e obrigado a quem ver o vídeo!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011